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NOTA DE APOIO À CONSELHEIRA LUCCI LAPORTA

O Conselho Regional de Serviço Social do Distrito Federal (CRESS-DF), por meio de sua atual Gestão, “Ainda há tempo: Vamos Resistir e Transformar!” 2020-2023, vem a público repelir as ações de TRAfobia sofridas pela assistente social, conselheira desta gestão e ativista feminista, Lucci Laporta. A colega, travesti e bissexual, passou a ser constrangida nos ambientes de ativismo e profissional após usar suas redes sociais pessoais para denunciar um caso de racismo cometido por um homem cisgênero, branco e homossexual. O nome do denunciado não foi divulgado na postagem, mas a solidariedade masculinista levou outro homem, também homossexual e cisgênero, a constranger e difamar a colega assistente social Lucci Laporta no intuito de proteger o alvo da denúncia então realizada.
O CRESS/DF repudia tais ações TRAfóbicas sofridas por nossa conselheira. A assistente social tem uma trajetória TRAfeminista interseccional, reconhecida e respeitada, e o Serviço Social não tolerará o silenciamento de grupos historicamente marginalizados, até no âmbito dos movimentos sociais. Não estamos alheias/os, afinal, à resistência conservadora demonstrada por alguns gays cisgêneros diante da visibilidade que vem sendo conquistada por pessoas transgênero e demais grupos dissidentes, na contramão de um projeto masculinista, cisgênero e branco, que alça gays cis ao pretenso local de “sujeito universal” da luta LGBTIA+.
É, sobretudo, lastimável que se utilize do local de trabalho de qualquer pessoa para constrangê-la devido à sua militância, ainda mais se tratando de uma travesti. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans/travestis no mundo, além de lhes negar diversos direitos básicos, bem como o trabalho formal. Não à toa, instituições como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) demonstram que 90% das travestis e mulheres trans brasileiras são prostitutas, por falta de alternativas de obtenção de renda. Apenas 4% têm emprego formal com possibilidade de ascensão funcional. Todo esse cenário de extrema subalternização faz com que a expectativa de vida dessas pessoas, no Brasil, seja de apenas 35 anos. É por isso – e por tantos outros mecanismos de opressão existentes na atual sociabilidade – que nós, assistentes sociais, seremos sempre contrárias/os a qualquer forma de opressão, mesmo quando praticadas por sujeitos oprimidos, vítimas da alienação que estrutura as atuais relações sociais.
Nós, assistentes sociais, lutamos para que a Liberdade possa se consolidar na vida de toda a classe trabalhadora, garantindo a igualdade de direitos entre os diversos grupos que a compõem. Não à toa, nosso Projeto Ético-Político, sustentado pela Lei 8662/93, estabelece em seu sexto princípio “O empenho na eliminação de todas as formas de preconceito incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças” e tem como aspiração uma sociedade sem desigualdades estruturais, democrática, sem violência em razão da identidade de gênero, raça e demais marcadores sociais.
Por fim, o CRESS-DF se coloca à disposição, através de sua Comissão de Ética e Direitos Humanos, para apoiar todes profissionais de nossa categoria e todes militantes sociais contra quaisquer atos discriminatórios.

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