31/03 /2024
Há 60 anos, no dia 31 de março de 1964, começava um dos períodos mais sombrios da história do Brasil.
Para discutir a atuação e resistência das mulheres do Serviço Social durante a ditadura empresarial-militar brasileira de 1964-1985, o CRESS/DF teve a honra de convidar Elaene Rodrigues Alves, Assistente Social e Mestra em Política Social pela UECE, Doutora em Serviço Social pela UERJ e Professora do Curso de Serviço Social da Universidade de Brasília.
Texto: Elaene Rodrigues Alves
O livro “História de um tempo sem memória – Resistências das Mulheres do Serviço Social na Ditadura de 1964-1985” (2022), se propõe fazer o registro de uma pequena parte da memória de mulheres do Serviço Social, que atuaram de diferentes formas e em diversas frentes de resistência no contexto da ditadura empresarial-militar brasileira de 1964-1985, além de contribuir para ampliar o debate de um período doloroso da história nacional. Também é útil para a discussão sobre o processo de renovação da profissão, uma vez que, aproximações ao período da ditadura de 1964 – através de depoimentos, entrevistas, pesquisa documental e teórico-bibliográfica – possibilita desvelar de que forma as lutas de resistência contribuíram para o avanço da ruptura com o tradicionalismo profissional e para a construção do projeto ético-político da profissão.
Outra questão que vale destacar, ao lembrar da ditadura empresarial-militar e das lutas de resistência das mulheres do Serviço Social nesse período, é a pretensão de que a tirania e a violência não se repitam, que a ausência de democracia seja lamentada e que as pessoas que lutaram contra essa ditadura sejam lembradas. A história brasileira é marcada pelo sofrimento provocado por decisões políticas de teor violento que perpassaram no século XX. Os que testemunharam essas experiências têm conquistado um espaço de escuta e introduzido também, entre nós, o problema de pensar sobre a função da memória e da história dessas mulheres.
Ao abordar a experiência de mulheres do Serviço Social no contexto da ditadura empresarial-militar, também ficou patente o necessário estabelecimento da escolha teórico-metodológica, que se somaria ao universo categorial para explicar a inserção da mulher neste processo. Isto é, o tratamento a ser dado à elas, seja pelas lutas e resistências das quais efetivamente participaram, seja pelas violências experimentadas e que se especificam, também, por esta condição feminina.
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