19/04/2024
O FUTURO É ANCESTRAL
Por Karina Vieira
Dia do índio? Dia dos povos indígenas? O que seria isso? Celebrar o que? Essa é uma pergunta que paira diante da mente de muitas pessoas. O dia do índio foi decretado em 1943, no governo de Getúlio Vargas. Essa data foi adotada para celebrar a cultura dos povos indígenas do Brasil, resultante de debates realizados no Primeiro Congresso Indigenista Interamericano em 1940, no México. Mas o termo “índio” é genérico, carrega estereótipos, racismo sobre indígenas, não abrangendo a diversidade, as especificidades linguísticas e culturais dos 305 povos indígenas desta terra. Em 2023, temos a celebração deste dia com a mudança para “Dia dos Povos Indígenas”.
No mês de abril, indígenas se organizam para demarcar politicamente na história do Brasil a trajetória de resistência e sobrevivência desde a colonização, denunciando as violências sofridas diariamente, os morticínios, mas também fortalecendo a luta pela garantia de direitos fundamentais previstos na Constituição de 88 e destacam sua fundamental importância para o freio da catástrofe climática que estamos vivendo.
Olhar para os povos indígenas, originários desta terra, inclui considerar a diversidade cultural, os direitos sociais e o direito à terra, como diz Ailton Krenak: “demarcar as terras indígenas é muito importante, pois a possibilidade de termos gente vivendo de maneira tão livre precisa ser vista como um lugar de potência . Lá vive-se outro tipo de sociedade “.
Essa luta em defesa desses sujeitos que nos ensinam a “sustentar o céu” é realmente de todo mundo. Temos o desafio diário de escancarar para a sociedade a memória viva e presente de modos de viver que o capitalismo nega cotidianamente e insiste em exterminar. Por fim, nunca esqueçamos que “Antes do Brasil da coroa, existe o Brasil do Cocar”.
🔹Karina Isabel Vieira de Almeida é maranhense, nascida em São Luís, com descendência afro-indígena, filha de uma maranhense e de um goiano. Graduada em Serviço Social pela UnB. Especialista em Atenção ao Câncer pela ESCS/DF. Assistente social com trajetória na saúde pública do DF e na saúde indígena, tendo como espaços de atuação a casai DF, a Sesai, Hospital de base, Hospital de apoio, hospital da criança do DF e atualmente, no TRF 1ª região. De lá pra cá, além de sonhadora, nesse caminho de resistência, atuo junto aos movimentos sociais dos povos indígenas (ATL, marcha das mulheres indígenas).
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