19 de abril de 2022
O CRESS/DF convidou as assistentes sociais Debora Tupinikim, Jessica Gilian e Ediane Dias para falarem sobre o Dia de Luta e Resistência dos Povos Indígenas. Confira!
Debora Tupinikim | Assistente Social – UnB
O dia 19 de abril foi instituído como “o dia do índio’ a partir de um decreto-lei em 1943, e por décadas o país “comemora” essa data reforçando estereótipos que não correspondem à nossa realidade, promovendo uma pseudo visibilidade que cai no esquecimento pelo resto do ano. Para nós, povos indígenas, não é uma data comemorativa, mas uma data símbolo de resistência a violência que vivenciamos a mais de 500 anos.
Lutamos todos os dias pelo direito à terra, pelo acesso a políticas sociais com respeito às nossas especificidades, lutamos pelo direito de existir enquanto povos indígenas distintos. Sendo assim, esperamos que o Serviço Social, enquanto profissão voltada para a luta por justiça social, atue junto pelo respeito e cumprimento dos direitos indígenas previstos na Constituição Federal, não apenas no dia 19 de abril, mas todos os dias.
Jessica Gilian | Assistente Social – Diretoria da Diversidade- DIV/ UnB
Peço licença aos povos indígenas para falar, considerando que o nosso lugar de não indígena não deve ser de modo algum no protagonismo das suas lutas, mas os apoiando e fortalecendo na medida em que nos cabe.
No atual contexto de retrocesso e ataque aos direitos dos povos indígenas, o 19 de abril ainda não é festivo. Há mais de 500 anos os povos indígenas resistem e lutam pelos seus territórios e por suas vidas exaustivamente. Como a nossa categoria profissional pode contribuir nessa luta? A questão étnico-racial como estruturante das relações sociais, deve ser implementada com mais intensidade no currículo do Serviço Social, pois ainda há uma grande escassez desse debate na formação profissional, que também é resultado do epistemicídio e silenciamento das narrativas dos povos indígenas. Com um maior conhecimento da diversidade e da riqueza cultural dos povos indígenas, poderemos continuar contribuindo na luta e na construção de políticas sociais verdadeiramente efetivas e atentas às necessidades dos mais de 305 povos.
Ediane Dias | Assistente Social – EF/PPDDH
Defender os direitos dos povos indígenas é defender a Constituição Federal; é defender os direitos humanos; é defender o direito à vida; é defender a preservação das florestas e do meio ambiente. Prestar assistência aos povos indígenas é respeitar o Código de Ética Profissional do Assistente Social, especialmente quando diz que “O assistente social deve colaborar (…) para preservação do bem comum e dos direitos individuais, dentro dos princípios democráticos, lutando inclusive para o estabelecimento de uma ordem social justa” (Art. 8°).
CRESS/DF, resistir para transformar!