15/05/2024
O Conselho Regional de Serviço Social gostaria de desejar a todo o corpo de profissionais do Serviço Social do DF um feliz dia 15 de maio. Que neste dia cada profissional possa recarregar suas energias para a atuação cotidiana alinhada com nosso projeto ético-político profissional. Neste dia de felicitações, celebrações, o CRESS convida cada uma e um de vocês a construir uma de nossas comissões e a enviarem sugestões de atividades e incidirem no CRESS.
No Encontro Nacional do Conjutno CFESS/CRESS, evento que ocorre anualmente com gestões de CRESS e representantes da base para delinear e avaliar ações da categoria no próximo triênio de gestão, foi deliberado que o tema do nosso 15 de maio seria voltado para a inserção do Serviço Social na luta anticapacitista. Tal tema se torna relevante por nosso projeto ético-político com um horizonte societário diferente do atual, onde não haja qualquer forma de exploração ou opressão e pela construção de nossa sociedade que aumenta as desigualdades quando se é uma pessoa com deficiência, cerceando seu acesso a direitos.
É com satisfação que convidamos vocês para construir e/ou participar do Seminário Antiapacitista que organizaremos no DF, resultado de deliberação realizada no Encontro Nacional do Conjunto. Nesse Seminário poderemos aprofundar nossos conhecimentos técnico-operativos e desconstruir estigmas sobre o ser uma pessoa com deficiência sem lhe imbuir de paternalismo, messianismo ou qualquer outra moralidade, a partir de reflexões científicas e ético-políticas.
Para cativar a categoria para o debate, segue trecho do texto “Minha fala”, escrito por Fábio Fernandes. O texto foi publicado na coletânea, “Lacunas 1” de 2020, em Brasília DF, pela editora Avá. O livro Lacunas 1 foi construído por pessoas com deficiência para discussão da pauta e contou com a organização de Alexandre Pereira que é pessoa com deficiência, possuindo paralisia cerebral, assistente social e escritor.
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Por Fábio Fernandes
“Sempre na minha vida, houve pessoas que disseram que pensavam o que eu queria ou sentia.
Sempre tudo foi expresso por outras vozes que não são a minha.
Engraçado como isso passa despercebido. Eu um homem de 34 anos, nunca disse a uma pessoa estranha, qual é meu nome.
Alguém sempre do meu lado, que por caridade, cumpre essa tarefa, que deveria ser minha.
Quando eu entrei no ginásio uma professora encrespou comigo, justamente por isso. Para o curto pensamento dela, “como é que uma pessoa que não fala iria expressar seus sentimentos e conhecimentos?”. Essa é a lógica que prende as pessoas fieis a mesmice e as faz ver o ser humano apenas na superfície. A burra e velha lógica que atrofia as mentes. Eu não sou a lógica, não falo, mas penso. E faço com que esse pensamento todo chegue até as outras pessoas por vozes que não são a minha. E daí? Mas aqui não! Quando eu escrevo, a voz que diz o que penso é a minha e ninguém tira. Aqui quem fala sou eu. Assumindo todos os riscos desse ato, mas também vivendo todo o gozo dele. Quando escrevo sou diretor e o ator daquilo que quero dizer. Para mim, o ato de escrever tem a mesma importância de viver, pois no papel eu não preciso de intermediários , ou de uma voz que diga o meu nome ou o que eu quero. Quando escrevo, existo e digo quem sou”